Projeto objetiva fazer prospecções arqueológicas e criar museu cultural em comunidade rural de Macaíba

Passados mais de cinco anos da descoberta de um sítio arqueológico na zona rural de Macaíba, foi realizada a abertura do Projeto Cultura, Arqueologia e Educação em Lagoa do Sítio I, na manhã da última terça-feira (19/10), no centro comunitário local. Trata-se de uma parceria da UFRN, Prefeitura de Macaíba e IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que visa fazer prospecções arqueológicas e criar um museu cultural que será administrado pela própria comunidade.

A reunião de apresentação foi conduzida pelo professor Moysés Siqueira, historiador do Museu Câmara Cascudo. Ao iniciar sua explanação, agradeceu aos populares presentes pela receptividade ao projeto então apresentado. A intenção, segundo ele, é criar um museu cultural em Lagoa do Sítio I com a participação da comunidade. Enfatizou que o projeto, primeiramente, precisa descobrir o que a comunidade deseja fazer após a descoberta do sítio arqueológico, em 2016, para que seja possível apresentar propostas.

Siqueira disse que, antes de tudo, se faz necessário criar um inventário das potencialidades culturais de Lagoa do Sítio I. Para isso, a comunidade precisará se dividir em grupos para viabilizar o levantamento do acervo cultural local. Esses grupos irão percorrer as ruas da comunidade, conversando com os moradores para catalogar os potenciais culturais. Após concluir a apresentação e ouvir os presentes, ele anunciou que irá frequentar a comunidade uma vez por semana para dar as devidas orientações.

Para o secretário municipal adjunto de Cultura, Anderson Tavares de Lyra, a reunião foi o início de um projeto maior que vai contemplar escavações arqueológicas em quatro pontos do município, a começar por Lagoa do Sítio I, Solar Ferreiro Torto, Jundiaí e Guarapes. “Notadamente em Lagoa do Sítio I e no Solar Ferreiro Torto, vislumbramos a continuidade da parceria com a UFRN no sentido de transformar os dois lugares em sítios escolas”, disse Tavares de Lyra.

Já o secretário municipal de Cultura, Hailton Mangabeira, falou que a comunidade de Lagoa do Sítio I, sempre presente em tudo que diz respeito ao seu torrão, não poderia ser diferente agora em que se projeta para além de buscas arqueológicas, a possibilidade de que comunidade desenvolva sua economia criativa. Marcaram presença na reunião: o cinegrafista do IPHAN, Ayrthon Medeiros, a liderança comunitária Carlos Martins, entre outros.

O sítio arqueológico de Lagoa do Sítio I foi descoberto acidentalmente em julho de 2016, pelo agricultor José Carlos Ferreira, 55 anos, na ocasião em que fazia os procedimentos para construção de uma cisterna no quintal de sua residência. Na ocasião, utilizando uma enchedeira, achou diversos objetos de cerâmica e uma urna funerária. Segundo os antropólogos da UFRN, os artefatos e a urna podem ser “prototupi”, que teriam sido produzidas por ancestrais dos povos Tupi.